Flávio Dino governou por quatro anos praticamente sem ter oposição equilibrada, notadamente na Assembleia Legislativa. Deu aos políticos o que eles sempre gostaram: afagos e porradas nas horas precisas. Entrou na campanha com cara de governador disposto a vencer e escolheu para o ringue o mais fraco dos candidatos: Roseana Sarney.
Polarizar a disputa com a ex-governadora e verdadeiro símbolo da família Sarney, tornou Flávio Dino um candidato competitivo e agradou ao desejo da população que queria banir a ex-oligarquia de vez.
Vamos ao que interessa:
1 – Dino recebeu um Estado com as finanças equilibradas e com um volume avantajado de recursos para obras, recuperação e reformas, além de assumir o papel dos prefeitos, asfaltando ruas e avenidas das cidades. Isto o colocou como um governador municipalista.
2 – Fazendo o dever de casa, a situação financeira permitiu segurança com as transferências constitucionais e os impostos locais para garantir com folga o pagamento da folha do funcionalismo, apesar dos concursos realizados nas áreas de Segurança Pública e Educação.
3 – Soube usar politicamente cada nomeação em cargos comissionados que viriam a ser militantes e verdadeiros cabos eleitorais nas eleições de 2016 e agora em 2018.
4 – O governador centralizou tudo, não deixando nada escapar do seu controle e assim evitou a formação de panelas ou de grupos voltados para interesses intestinais.
5 – Flávio Dino soube exercitar o poder com mão de ferro, aumentando seu grupo político com o que sobrou da oligarquia Sarney, levando para si figuras de proa do antigo sistema, assim como expurgou os que estavam ao seu lado com cheiro de traições futuras.
6 – Aparelhou sua Comunicação aos tempos modernos e soube valorizar os veículos na partilha das verbas, incluindo blogs e sites das cidades menores e mais distantes. Qualquer apito aqui ecoava pelo Maranhão inteiro.
7 – Foi para a disputa com a cara de vencedor e esteve à vontade para escolher seu adversário: a frágil Roseana Sarney. A campanha foi o tempo todo polarizada e sempre com o governador liderando.
8 – Contratou, por intermédio de veículos de comunicação, quatros institutos que apresentavam sempre resultados animadores de pesquisas, sempre acima dos 60%. No mês da eleição a população ficou entupida de pesquisas, enquanto sua adversária ficava calada. O eleitor maranhense tem na cultura do voto não escolher candidatos perdedores e nisto as pesquisas foram fundamentais.
9 – A escolha do seu primeiro senador, Weverton Rocha, agradou a classe política, que entrou com força já nos últimos 20 dias da campanha, favorecendo até Eliziane Gama. Tanto que Rocha saiu com quase 2 milhões de votos, com quase meio milhão de votos a mais que o próprio governador.
10 – A escolha de uma boa e criativa produtora de TV fez da campanha o maior palanque de mentiras com ar de verdade. Dino apareceu como o homem que construiu ou reformou 800 escolas, como quem asfaltou o Maranhão inteiro, que deixou a PM com 15 mil militares, que construiu a maior rede de hospitais, mostrou um Maranhão seguro e sem violência e fez ainda a população esquecer das motos e carros apreendidos e leiloados. Fabricou uma candidata adversária para sepultá-la em definitivo da politica maranhense.