Responsável por uma ‘pesquisa’ divulgada esta semana e que, supostamente, apontaria uma ‘mudança no cenário eleitoral’ na disputa pela Prefeitura de Palmeiras-TO nas eleições de outubro, o IPEX-Instituto de Pesquisa Executiva, com sede em Palmas-TO, é, na verdade, uma empresa registrada como EMPRESÁRIO INDIVIDUAL e que tem como principal atividade econômica a impressão de material para uso publicitário.
Mas o IPEX-Executiva pode, também, caso desejar, confeccionar estamparias, peças de vestuário, comercializar produtos alimentícios, atuar na telefonia móvel celular, promover vendas e, como a penúltima de tantas outras atividades, até mesmo realizar pesquisas de opinião pública.
Mas isto, conforme as Condições de Dispensa de Licenciamento, do Corpo de Bombeiros, desde que as atividades de ‘pesquisas’ sejam realizadas ‘na residência do empreendedor, sem recepção de pessoas’. Ou seja, o IPEX-Executiva, funciona, ou deveria funcionar, na casa do seu único proprietário, o empresário Marcos Paulo Pereira.
Vem daí o nome empresarial M P P dos Santos, nome fantasia ‘A Executiva’, que tem registradas na Justiça Eleitoral, somente de julho a setembro de 2024, 40 das 52 ações e representações nos mais diversos municípios que envolvem o nome da empresa, na grande maioria, sob acusação de produção de pesquisas falsas ou fraudulentas. Tudo de acordo com o sistema unificado de processos do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, onde o IPEX-Executiva possui um imenso histórico de proibições da divulgação dos resultados dos seus levantamentos pelas mais diversas p?aticas de irregularidades.
Só para se ter uma idéia do total descrédito e da mais completa inconfiabilidade das pesquisas produzidas pelo IPEX-Executiva, foi barrada a divulgação do que foi o primeiro levantamento da empresa registrado na Justiça Eleitoral, em junho de 2022, para apurar intenção de votos a governador e senador no estado do Tocantins. O juiz eleitoral José Marcio da Silva, em sua decisão, constatou, entre outras irregularidades, a ‘veracidade da alegação de ausência de dados quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico dos entrevistados”.
Corroboram a total descredibilidade e completa inconfiabilidade das pesquisas do IPEX-Executiva, a admissão em juízo pela própria empresa M P P dos Santos (IPEX-Executiva) da existência de divergência do plano amostral com a fonte oficial de dados em razão da exclusão de eleitores com renda acima de 20 (vinte) salários mínimos, o que configuraria afronta ao art. 2°, inciso IV, da Resolução TSE n.° 23.600/2019. “E que (a IPEX-Executiva) não divulgou nem divulgará a pesquisa ora impugnada”, de acordo com registro no Diário Oficial do Tribunal Regional do Tocantins, TRE-TO, de 14 de agosto. De resto, vale lembrar que é este mesmo instituto, o IPEX-Executiva, com vasta coleção de representações por pesquisas falsas e fraudulentas e imenso histórico de proibições da divulgação dos resultados dos seus levantamentos que agora pretende apontar ‘mudança no cenário’ na disputa pela Prefeitura de Palmeiras, em que fica mais que a óbvia e descarada a tentativa de favorecer apenas um candidato a pouco mais de uma semana do dia da eleição, em 6 de outubro.