O prefeito Jackson Soares demitiu o cuidador escolar Joel Lisboa porque o servidor declarou não apoiar o canditado apontado por ele na disputa pela sua sucessão na Prefeitura de Darcinópolis-TO nas eleições de outubro.
A denúncia foi feita pelo próprio Joel ao jornal o Tempo, nesta quarta-feira, 31, quando afirmou ser vítima de perseguição política por parte do prefeito Jackson. “Pois é, infelizmente fui vítima disso. É simplesmente perseguição política porque ele (o prefeito Jackson) não aceita ninguém apoiar outro candidato que não seja o dele”, assegurou.
Joel Lisboa relatou que a atitude do prefeito Jackson Soares causou perplexidade na equipe da escola onde trabalhava. “Todos da escola estão pasmos pois lá sempre fiz meu trabalho correto e eu cuido de um aluno especial no qual já tá acostumado comigo. A mãe do aluno não gostou do acontecido e falou que vai exigir um especialista caso eu não volte. Ele (Jackson Soares) foi egoísta e arrogante não pensou no aluno apenas na ignorância dele”, condenou o cuidador.
O cuidador escolar tem a responsabilidade de auxiliar os estudantes que precisam de atenção especial, seja por questões de saúde, mobilidade ou qualquer outra necessidade específica. Não apenas ajudam a criança a se integrar de forma eficaz, mas também garantem que tenham acesso pleno às atividades educacionais.
Há detalhes curiosos na demissão do cuidador Joel Lisboa, que está bastante revoltado e preocupado, já que necessita da renda do emprego. Sequer o Diário Oficial ou a sessão de portarias no Portal da Transparência de Darcinópolis fazem qualquer menção oficial à demissão de Joel Lisboa.
Para se saber a data da oficial da demissão do cuidador escolar, é preciso consultar a sessão de servidores do Portal da Transparência. Ali, consta como data de “exoneração” o dia 1º de julho. Porém, nenhum dos diários oficiais ou das portarias editadas posteriormente à esta data trazem a demissão de Joel Lisboa. Em junho, a última edição do Diário Oficial de Darcinópolis é do dia 14 e naquele mês e o Portal não registra a edição de nenhuma portaria.
Uma tela do aplicativo WhatsApp traz uma troca de mensagens entre Jackson Soares e Joel Lisboa onde o prefeito acusa o cuidador escolar de postar fotos da sua esposa ‘em forma da diabo’, o que teria motivado a demissão.
“Essa desculpa de vocês não cola. Me demitiram porque são covardes e perseguidores e não aceitam ninguém apoiar um candidato que não é o seu, isso sim (…) Quero que alguém prove que fui eu que postei a foto”, enfatiza Joel Lisboa.
A perseguição política pode ser entendida como um ato deliberado praticado como forma de penalizar o servidor que defende determinadas convicções, seja por questões políticas, partidárias ou sindicais. Com a palavra, o Ministério Público e órgãos fiscalizadores.