O Ministério Público do Tocantins, MPTO, recebeu na sexta-feira, 21, relatório do Grupo Especial na Defesa do Patrimônio Público e Moralidade Administrativa, GAEPP, no bojo da ação, que inclui também um Inquérito Policial, destinada a investigar possível crime de peculato praticado por Francisco das Chagas Miranda, o Kiko Miranda, primo do prefeito Wanderly Leite e prestador de serviços à Prefeitura de Aguiarnópolis-TO. Peculato é o crime que consiste na subtração ou desvio de dinheiro público.

O evento a que se refere o despacho do Ministério Público para a instauração de Inquérito Policial é a denúncia de que Kiko Miranda adquiriu, recentemente, uma camioneta de luxo Ford Ranger XLS (preço médio R$ 300 mil) em uma concessionária de Imperatriz. É um bem incompatível para a renda de quem afirmou, em depoimento ao próprio MPTO, ser tão e somente um prestador de serviços de contabilidade à Prefeitura comandada pelo primo prefeito Wanderly.

Foi o próprio Kiko Miranda quem se encarregou de postar com estardalhaço fotos nas redes sociais no momento em que recebia as chaves da camioneta Ranger XLS numa concessionária Ford de Imperatriz. Poucos dias depois, o veículo de luxo de Kiko Miranda foi flagrado circulando pelas avenidas e ruas de Aguiarnópolis.

No Inquérito do Ministério Público, Kiko Miranda, o primo prefeito Wanderly e outros, são também investigados por denúncias de uma série de irregularidades na Prefeitura de Aguiarnópolis. Uma delas é a suspeita de fraude em licitação na contratação da RK Consultoria, empresa de fachada com sede em uma residência em Carolina-MA e que tem como única sócia e proprietária Rosângela de Cássia Ribeiro dos Santos, que seria a namorada de ‘Kiko’ Miranda. 

As relações de parentesco foram também objeto de pedido do Ministério Público de investigações pelo Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional, NIS, órgão auxiliar da Procuradoria-Geral de Justiça. Entre os serviços oferecidos pelo NIS estão relatórios de pesquisa, de análise, dados bancários e fiscais, interceptação telefônica e de dados, autorizadas judicialmente, e extração de dados forense (dispositivos móveis e computacionais), com equipamento Cellebrite UFED TOUCH 2.

Até onde se apurou, as empresas "RK Consultoria' e "Premium Assessoria" receberam milhares de reais dos cofre municipais para realizar serviços comezinhos de assessoria administrativa.Ainda desponta dos autos a informação de que um dos sócios proprietários das empresas é parente do prefeito contratante”, destacou o despacho do Ministério Público ao solicitar diligências ao Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional.