Num momento em que se tem notícias da falta de recursos para pagamento de servidores e até insumos para a prestação de serviços essenciais à população, o prefeito Valdemar Batista Nepomuceno autorizou a contratação de serviços que podem drenar até estimados R$ 1.915.004,67, quase 2 milhões de reais, do dinheiro dos cofres da Prefeitura de Ananás-TO apenas para a montagem de estrutura destinados à realização de shows e eventos em datas comemorativas e festividades em 2024.
Eventuais cachês de artistas não constam do objeto do edital do Pregão Eletrônico 01/2024, com data de abertura marcada para a sexta-feira, 2 de fevereiro, que prevê a contratação de serviços de locação de palco, sonorização, iluminação cênica, túnel, painéis de LEDS, gerador de energia elétrica, tendas, banheiros químicos, mesas e cadeiras, camarins, entre outros.
No termo de referência aprovado pessoalmente pelo prefeito Valdemar, somente para a prestação de serviços de sonorização, estão estimados gastos que chegam à bagatela de R$ 595.750,00, quase R$ 600 mil, por 15 ‘diárias’ de valor médio unitário de R$ 39.716,67.
E aqui há um detalhe bastante curioso. A G.B. Calçados, ou Gilvan Estúdio, uma das empresas que cotou preços para embasar a elaboração do edital do Pregão Eletrônico que pode drenar quase R$ 2 milhões do dinheiro dos cofres públicos da Prefeitura de Ananás, pertence a Gilvan Balbino Calçados.
Ele é irmão de Rodrigo Balbino Calçados, secretário de Agricultura do prefeito Valdemar, e, até recentemente, professor contratado da Prefeitura de Ananás, numa operação que é alvo de investigações em Inquérito do Ministério Público do Tocantins, MPTO, que, inclusive, recomendou a anulação do processo todo, por suspeita de fraudes e irregularidades.
Em 9 de janeiro, o prefeito Valdemar exonerou Gilvan Balbino, e outros, com data retroativa a 30 de dezembro de 2023. Mas Gilvan Balbino só estaria desempregado por iniciativa própria já que, em 28 de novembro de 2023, ele foi convocado para assumir vaga de professor concursado da Prefeitura de Araguatins e tinha prazo de 30 dias para tomar posse.