Primo do prefeito Wanderly Leite, Francisco das Chagas Miranda, o Kiko Miranda, é considerado atualmente o ‘homem forte’ da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO. Ali, apesar de não possuir qualquer tipo de vínculo ou contrato formal, se apresenta como ‘gerente de convênios’. Entre as missões de Kiko Miranda estariam a centralização de todos os contatos políticos, sobre verbas e, inclusive, despachar com vereadores. 

Paradoxalmente, ao mesmo tempo Kiko Miranda coleciona, juntamente com o prefeito Wanderly, uma série de inquéritos e investigações do Ministério Público do Tocantins, MPTO, que apuram denúncias de fraude em licitação, pagamentos irregulares e até a disseminação de pesquisas falsificadas nas redes sociais, esquema que contaria com a participação de outros servidores da Prefeitura de Aguiarnópolis.

Um destes inquéritos instaurados pelo Ministério Público e do qual Kiko Miranda e o prefeito Wanderly são os alvos investiga denúncia de fraude em licitação para a contratação da RK Consultoria e Engenharia, uma empresa de fachada com sede em uma residência em Carolina-MA, de propriedade de Rosangêla de Cassia Ribeiro, namorada de Kiko Miranda. Um dos pontos centrais das investigações, que recentemente tiveram o prazo prorrogado por mais um ano, é apurar se o proprietário de fato da RK Consultoria não seria o próprio Kiko Miranda.

Outra denúncia que o Ministério Público investiga é a de pagamentos irregulares, no valor de mais de R$ 200 mil, da Prefeitura e da Câmara de Aguiarnópolis, à empresa de Paulo Nunes Campelo, apontado nos registros como uma espécie de ‘faz tudo’ de Kiko Miranda. Nem o Portal da Transparência nem o do Tribunal de Contas trazem qualquer informação sobre como a Prefeitura de Aguiarnópolis contratou a empresa de Paulo Nunes. Nesta segunda-feira, 21, o Ministério Público encaminhou novas diligências para as investigações.

O nome de Paulo Nunes Campelo ainda figura em inúmeros dos questionamentos do Ministério Público nas investigações. Exemplo é o contrato da Prefeitura de Aguiarnópolis com RK Consultoria, exatamente a operação que é suspeita de ser resultado de fraude em licitação. Logo abaixo da assinatura do prefeito Wanderly está a assinatura, por procuração, de Paulo Nunes, que é identificado como o ‘representante legal’ da RK Consultoria.