O Instituto Skala, nome fantasia da empresa SA Noleto, ou mesmo Moreira & Noleto LTDA, conforme o caso, que recentemente teria detectado 'alta aprovação' da gestão do prefeito Wanderly Leite em Aguiarnópolis-TO, tem extenso histórico de pesquisas eleitorais barradas pela Justiça Eleitoral. O Skala também foi um dos pivôs da ação que culminou na cassação do prefeito Aquiles da Areia, de Araguatins-TO.
Entre os graves erros do Instituto Skala, a discrepância nas informações de estratificação do eleitorado em relação aos dados oficiais da Justiça Eleitoral é um elemento comum às decisões que barraram a divulgação de pesquisas. Um dos casos mais recentes em que a Justiça proibiu a divulgação ocorreu em setembro, no Maranhão.
“Não se cuida de o instituto haver optado por adotar base de dados distinta daquela informada pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas de tê-la como tal sem, contudo, observá-la. Aliás, a diferença dos dados relativos ao grau de instrução é significativa. Quanto ao quinto ponto, o instituto dividiu o estado em regiões (I a V), o que estaria em desacordo com o padrão do IBGE", escreveu na decisão juiz eleitoral Ronaldo Desterro, do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), que fixou multa de R$ 50 mil por divulgação em caso de descumprimento.
No Tocantins, por erros praticamente idênticos, o Instituo Skala teve barradas a divulgação de pesquisa nas eleições de 2018 e em Guaraí, Nova Olinda, Pedro Afonso e Tocantinópolis nas eleições municipais de 2020. "A pesquisa indicada na inicial não apresentou no plano amostral as ponderações de acordo com o indicado no IBGE, demonstrando em alguns casos diferenças de 30% nos percentuais, como nos de renda até dois salários-mínimos", escreveu em 13 de novembro de 2020 o juiz Milton Lamenha de Siqueira na decisão que barrou pesquisa do Skala em Pedro Afonso.
O Instituo Skala foi ainda um dos pivôs da ação que culminou na cassação do prefeito Aquiles da Areia, de Araguatins-TO, por gastos de campanha não declarados, configurando uso de caixa 2. O Skala chegou até mesmo a ter o seu sigilo bancário quebrado, quando 'foi identificado depósito no valor de R$ 4 mil, realizado pela empresa I MONTEIRO DA SILVA EIRELI cujo quadro societário se limita à sócia IVONETE MONTEIRO DA SILVA, cônjuge do representado AQUILES PEREIRA DE SOUSA (Aquiles da Areia)'.
"A identificação do depósito financeiro supramencionado tornou-se essencial para (1) refutar as declarações firmadas pelo instituto de pesquisa no sistema da Justiça Eleitoral relativo aos registros de pesquisas eleitorais e para (2) evidenciar mais uma omissão dos representados no que tange aos gastos eleitorais efetuados durante a campanha eleitoral", escreveu o juiz José Carlos Tajra Reis Júnior, da 10ª Zona Eleitoral, na sentença que cassou o prefeito Aquiles da Areia.
Das inúmeras pesquisas oficialmente registradas do Instituto Skala, que na Justiça Eleitoral se identifica como Moreira & Noleto LTDA-ME, em nenhuma delas figura o município de Aguiarnópolis. Tanto é que consulta no Portal do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, retorna o resultado: "Total de Registros: 0".