O Ministério Público do Tocantins, MPTO, abriu Inquérito para investigar denúncias de irregularidades em contratos da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO com administradoras de cartões, no valor total de mais de R$ 3 milhões. Os contratos foram denunciados como esquemas que teriam sido montados para desviar dinheiro dos cofres públicos.
As investigações envolvem o prefeito Wanderly Leite, a sua vice, Dete Cabral, secretários e assessores em denúncias que apontam a montagem de esquemas de desvios milionários, via as administradoras de cartões, que beneficiariam parentes de integrantes da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO, os próprios secretários, vereadores e outros cupinchas. Somados, os contratos para fornecimento de serviços de manutenção, peças automotivas e combustíveis poderiam drenar mais de R$ 3 milhões e 100 mil reais dos cofres públicos municipais.
O prefeito Wanderly, Dete Cabral e o secretário de Finanças, Elias Miranda, já confirmaram ao MPTO o envolvimento de empresas de familiares em uma operação que já movimentou pagamentos de R$ 1.242.719,77 de um contrato inicialmente estimado em R$ 1.092.355,88 (um milhão, noventa e dois mil, trezentos e cinquenta e cinco reais e cinquenta e cinco centavos). Apenas no mês de agosto de 2022, foram pagos R$ 203.698,13 à administradora de cartões por alegados fornecimento de peças e manutenção de veículos.
Uma das empresas familiares beneficiadas pela operação é a Mult Car Autopeças,administrada por Jalison Cabral, filho da vice prefeita Dete Cabral. “Uma oficina de pequeno porte, atende apenas carros pequenos. Para atender os ônibus escolares, caminhões, maquinas, e outros veículos do município o mesmo está terceirizando os serviços com preços super faturados, pois não é possível atender em sua oficina. Mas como deve ter sido acordo de campanha o prefeito resolveu contratar a empresa de cartão exclusivamente para beneficiar a vice prefeita”, acusa a denúncia ao Ministério Público.
Também estaria sendo beneficiado pelo esquema ilícito de uso do dinheiro público da Prefeitura de Aguiarnópolis, segundo a denúncia, o Império Lava Jato, de propriedade de Eliezer Ribeiro Lima. Ele é irmão de Elias Ribeiro Lima, secretário de Finanças do prefeito Wanderly. “Somente os indicados via e-mail pela secretaria de administração Lorena (Ferreira) ou secretário de finanças Elias conseguem efetuar o cadastro pra prestar serviços para prefeitura. Diversas empresas que antes prestavam serviços já tentaram sem sucesso. Somente os indicados do prefeito conseguem”, acusa a denúncia.
Outro contrato que o MPTO investiga, no valor de mais de R$ 2 milhões para gastos em combustíveis da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO, também via uma administradora de cartões, estaria beneficiando apenas os secretários municipais, vereadores e os próprios amigos do prefeito Wanderly. Para concretizar a operação, o prefeito Wanderly, inclusive, anulou uma licitação já concluída, e de valor 20% inferior, vencida por um posto localizado a apenas 800 metros da Prefeitura.
Conforme o narrado ao MPTO, funcionários do posto credenciado afirmam que há boatos da existência de um ‘acordo’ entre secretários municipais e o gerente do estabelecimento. Isto resultaria na emissão de notas fictícias de abastecimento. Os valores constantes nos documentos estariam sendo repassados em dinheiro em espécie a integrantes do primeiro escalão da Prefeitura de Aguiarnópolis.