Num dos mais rápidos julgamentos da História de Carolina-MA, os jurados decidiram desqualificar o crime de feminicídio para homicídio simples e o réu Rogério Pereira Lima foi sentenciado a 6 anos no regime semi-aberto. Ele era acusado de, na tarde de 28 de novembro de 2020, no pequeno povoado de Helenópolis, ter assassinado sua companheira Raimunda Barbosa da Silva, de 40 anos. O motivo: ciúmes. De acordo com a família da vítima, Rogério era agressivo. Durante os 8 anos de relacionamento, várias brigas e ameaças foram presenciadas.O juiz Mazurkiewiski Saraiva presidiu o primeiro julgamento de feminicídio na cidade.
Nelly Barbosa, irmã da vítima, lamentou. "A gente esperava mais. A gente sai daqui triste, coração partido, porque a gente não imaginava que seria só isto. Porque tudo que ele fez? 30 anos é muito pouco para o que ele fez, imagina 6 anos". O Ministério Público sustentava que o crime se tratava de homicídio qualificado. "Exatamente em razão da presença do feminicídio. O feminicídio é uma qualificadora. Essa qualificadora projeta a pena de 6 a 20 anos para uma pena de 12 a 30 anos. Se a qualificadora for mantida, a pena do acusado, ela variará, num parâmetro de 12 a 30 anos", afirmou o promotor Marco Túlio.
A defesa foi realizada por 2 advogados do Tocantins, que fizeram o pedido de absolvição de Rogério Pereira Lima. "O julgamento ocorreu dentro dos ditames da lei, das nortmativas da lei. Nós entendemos que o Tribunal de Justiça é um dos patamares da Democracia e ocorreu dentro das normas legais", observou a defensora Márcia Figueiredo.
A prima Maria Aparecida disse que Raimundinha era muito querida. "Era muito alegre, divertida, gostava de brincar, dançar. Era aquela pessoa extrovertida que nao fazia mal a ninguém. Se ela não queria mais ele, talvez ela tenha tido motivos para isso". Dona Maria, 70 anos de idade, vizinha de Raimundinha concorda: “era uma das melhores pessoas que conheci e não merecia um fim destes. Discutiu muito, muito mesmo. E aí, quando ele saia, eu gostava dela e dizia: sai! Vai buscar seu povo. Deixa tuas coisas aí".
Em depoimento, Rogério Pereira Lima disse não ter aguentado a crise de cíumes e por isso teria arquitetado o assassinato. Ele acabou fugindo e só foi preso 9 meses depois, em Colinas-TO. Quando foi preso, a irmã da vítima, postou um vídeo nas redes sociais agradecendo o trabalho da Polícia. "Na ocasião ele estava abrigado em um barraco cedido pelo tio. Foi montada essa operação que o surpreendeu dentro da sua residência", lembrou o delegado Wagner Bitu.
Veja mais informações em VIDEO MOSTRA MOMENTOS DE TERROR E DETALHES DO FEMINICÍDIO EM POVOADO DE CAROLINA-MA