Em Portaria que está no Diário Oficial desta quinta-feira, 24, o Ministério Público do Tocantins, MPTO, converteu em procedimento preparatório as apurações de possíveis irregularidades nos contratos da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO com administradoras de cartões, no valor total de mais de R$ 3 milhões. Os contratos foram denunciados como esquemas que teriam sido montados para desviar dinheiro dos cofres públicos. Na mesma decisão, o MPTO solicitou também parecer técnico Centro de Apoio Operacional do Patrimônio Público e Criminal, CAOPC, sobre a legalidades destas contratações.
As investigações envolvem o prefeito Wanderly Leite, a sua vice Dete Cabral, secretários e assessores em denúncias que apontam a montagem de esquemas de desvios milionários, via as administradoras de cartões, que beneficiariam parentes de integrantes da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO, os próprios secretários, vereadores e outros cupinchas. Somados, os contratos para fornecimento de serviços de manutenção, peças automotivas e combustíveis poderiam drenar mais de R$ 3 milhões e 100 mil reais dos cofres públicos municipais.
O prefeito Wanderly, Dete Cabral e o secretário de Finanças, Elias Miranda, já confirmaram ao MPTO o envolvimento de empresas de familiares em um esquema que pode movimentar até R$ 1.092.355,88 (um milhão, noventa e dois mil, trezentos e cinquenta e cinco reais e cinquenta e cinco centavos), por meio de uma administradora de cartões, para fornecimento de peças e manutenção de veículos
Outro contrato que o MPTO investiga, no valor de mais de R$ 2 milhões para gastos em combustíveis da Prefeitura de Aguiarnópolis-TO, também via uma administradora de cartões, estaria beneficiando apenas os secretários municipais, vereadores e os próprios amigos do prefeito Wanderly. Para concretizar a operação, o prefeito Wanderly, inclusive, anulou uma licitação já concluída, e de valor 20% inferior, vencida por um posto localizado a apenas 800 metros da Prefeitura.
Conforme o narrado ao MPTO, funcionários do posto credenciado afirmam que há boatos da existência de um ‘acordo’ entre secretários municipais e o gerente do estabelecimento. Isto resultaria na emissão de notas fictícias de abastecimento. Os valores constantes nos documentos estariam sendo repassados em dinheiro em espécie a integrantes do primeiro escalão da Prefeitura de Aguiarnópolis.
Há menção ainda da existência de cartões ‘exclusivos’ para secretários municipais destinados ao abastecimento de veículos particulares. “PARA ABASTECER CARROS NÃO OFCIIAIS, ABASTECER CARROS DOS VEREADORES, CARRO DOS AMIGOS DO PREFEITO, CARROS DOS SECRETARIOS, MOTOS E VARIAS OUTRAS COISAS POIS ESSE CARTÃO NÃO PRECISA INFORMAR NADA, NÃO INFORMA PLACA, CARRO NADA”, continua a denúncia.