Num momento difícil, de aguda crise econômica que afeta implacavelmente o bolso da população e com reflexos nas finanças públicas, o prefeito Alessandro Borges planeja torrar quase R$ 1 milhão na locação de equipamentos para a realização de eventos da Prefeitura de Muricilândia-TO. A licitação foi marcada para as 9h30 do próximo dia 3 de dezembro e, de acordo com o Termo de Referência, está orçada em exatos R$ 962.858,04. Este valor não inclui caches de artistas ou apresentações, o que deve aumentar, e muito, a despesa total com os tais eventos.
"Cabe à Secretaria Municipal de Administração, Esporte, Cultura e Lazer, Turismo, realizar, apoiar, fomentar e divulgar eventos e atividades Culturais, Esportivos e de Lazer. A prestação desses serviços de estrutura física visa atender as necessidades da presente pasta na realização de eventos, atividades, e ações para diante as demandas do calendário de eventos culturais e atividades esportivas, ações comunitárias e de lazer", descreve a justificativa no edital para o gasto milionário.
Também 'Geo Space' deve ser o palco (imagem ilustrativa acima) com locação orçada em R$ 57.106,64. "dimensões de 21 metros de frente por 14 metros de profundidade, com piso e estrutura metálica tubular industrial e compensados de 20mm na cor preta, na altura variável de 1,00m a 2,00m, com fechamento frontal em madeira, com fundo e lateral em tela, teto em duralumínio na forma de 1⁄4 de esfera (tipo geo space), com cobertura em lona night and day, medindo 19 metros de frente por 10 metros de profundidade".
Previstos ainda gastos de R$ 24 mil com 'camarote suspenso', R$ 66 mil para a locação de painéis led, R$ 111 mil para outros palcos, R$ 49 mil para gerador, mais de R$ 200 mil em serviços de sonorização, R$ 40 mil em sistemas de iluminação, R$ 49 mil em banheiros químicos, entre outros itens.
Menos mal que, em 28 de outubro, o Tribunal de Contas do Tocantins, TCE, alertou o prefeito Alessandro Borges que Muricilândia excedeu o limite de 95% da despesa corrente em relação a receita corrente, que já alcançou 97,5%, contrariando a Constituição Federal. Até que providências sejam adotadas, a Prefeitura de Muricilândia estará impedida de receber garantias de qualquer outro ente da Federação e de realizar operações de crédito.