O Ministério Público do Tocantins, MPE, abriu Procedimento Eletrônico Extrajudicial para investigar compras que o prefeito Wanderly Leite está autorizado a efetuar na Prefeitura de Aguiarnópolis-TO, entre elas, a de até 5 mil metros, ou o equivalente a 5 quilômetros, de ‘TNT, cores variadas Tecido não texturizado (tecido não tecido, TNT, t.n.t.) De boa qualidade’, conforme descrito no Edital do Pregão Presencial 006/2021, adjudicado em 12 de abril.
“SOLICITA os bons préstimos de Vossa Excelência em apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias, manifestação sobre os fatos noticiados, bem como encaminhar cópia do pregão nº 006/2021, ata da sessão de julgamento e eventuais contratos administrativos firmados. A resposta, com os documentos, pode ser encaminhada preferencialmente ao e-mail institucional promotoriastocantinopolis@mpto.mp.br”, escreve, em trecho do ofício encaminhado ao prefeito Wanderly, o promotor Gustavo Schult Junior, da 2ª Promotoria de Justiça de Tocantinópolis.
O prefeito Wanderly recebeu o documento em 12 de maio, conforme o recibo de entrega. Agora, tem prazo até a quinta-feira, 27 de maio, para entregar os documentos solicitados pelo MPE. O tecido TNT, o qual o prefeito Wanderly está autorizado a comprar até a extensão de ‘5 mil metros’, é um material que, de acordo com fabricantes e fornecedores do produto na Internet, ‘pode ser usado para decoração (toalhas de mesa em festas), embalagens, artesanato, confecção de lembrancinhas e em diversas outras aplicações’.
Entre os outros itens que o prefeito Wanderly está autorizado a adquirir pelo Registro de Preços do pregão, junto à
empresa C.M. dos Santos Aguiar, mais conhecida como Papelaria Copiar em Aguiarnópolis, estão até 60 pen drives de 8GB podem ser comprados por R$ 42 cada um deles. No mercado, um mesmíssimo pen drive de 8GB pode ser encontrado, numa média das cotações mais altas, por cerca de R$ 22. Ou seja, um possível sobrepreço de quase 100%.
O prefeito Wanderly dos Santos Leite, agora sob o escrutínio do MPE, iniciou com a corda toda a sua administração em Aguiarnópolis-TO. Com as contas municipais em dias e sanadas, Wanderly aproveitou logo o primeiro dia útil de sua gestão, 4 de janeiro, para assinar diferentes contratos por dispensa ou inexigibilidade de licitação. Torrou, de cara, quase R$ 600 mil. Mais precisamente R$ 569.800,00 do dinheiro dos cofres públicos municipais. Dias depois, Wanderly espalharia à boca grande pela cidade que pegou ‘arrebentada’ a Prefeitura Municipal.
Entre as contratações do prefeito Wanderly está a da Premium Assessoria e Consultoria em Gestão Pública LTDA-ME, empresa de Araguaína-TO, de propriedade de Clovis de Sousa Santos Júnior, para a qual Wanderly reservou a bolada de R$ 298.200,00 em 4 contratos por INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO .
Outro contratado por INEXIGIBILIDADE foi o advogado Thiago Borges, R$ 216 mil em 12 meses, R$ 18 mil todo o mês. Na sequência, foi revelado que Thiago Borges é apontado como possível autor de ‘atitude dolosa’ pelo Tribunal de Contas do Tocantins por ter supostamente utilizado documentos falsificados para ‘fins de contratação direta’ pelo Fundo de Educação de Colinas do Tocantins em 2018. A acusação foi também enviada pela Corte ao MPE.