Resolver na base da ‘bala’, o método preferido do prefeito Ronaldo Parente, virou coisa corriqueira em São Bento do Tocantins. E fez escola. Agora, é o irmão de Ronaldo, Renato Parente, secretário municipal, que ameaça de morte o vereador Ismailton, o ‘Baita’.
“Fui humilhado, ameaçado pelo secretário. Puxou uma arma pra mim e falou que vai me encher de bala, que vai me encher de tiro, simplesmente porque estou fazendo meu papel como vereador. Estou aqui fazendo o meu trabalho, fiscalizando o município, fazendo meu papel de vereador e cidadão que paga impostos”, denuncia ‘Baita’ em vídeo que circula nas redes sociais.
O parlamentar relata que a ameaça de morte aconteceu no momento em que questionou Renato Parente, que é secretário de Administração, sobre o uso de máquinário da Prefeitura em obra municipal custeada por recursos do governo federal.
“Eles estão fazendo com recurso federal. Contrataram uma empresa para fazer este trabalho onde eles estão usando a patrol da Prefeitura. Estão usando maquinário da Prefeitura para fazer este serviço. Quero saber onde fica esse dinheiro, o recurso do governo federal. Onde está sendo gasto esse dinheiro?”, questiona o vereador no vídeo.
É notório o histórico de violência na vida política de São Bento do Tocantins. Em abril de 2019, o Ministério Público denunciou o prefeito Ronaldo Parente por tentativa de homicídio. Ronaldo Parente admitiu que atirou contra a casa do vereador Adelsim Araújo, no dia 9 de abril daquele ano.
O prefeito deu pelo menos 10 tiros de pistola que atingiram a residência de Adelsin. O vereador estava chegando ao local quando ouviu os disparos. Dois filhos, uma cunhada e a sogra do parlamentar estavam em casa e só não foram atingidos porque se esconderam embaixo dos móveis. “Meus filhos estão em pânico”, disse Adelsin à época.
“O denunciado assumiu o risco de produzir o resultado morte no momento em que decidiu disparar contra a residência (...) tendo se mostrado indiferente quanto aos resultados possíveis da conduta (...) o crime foi praticado por motivo fútil e com uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, pois foi motivado por discussões em redes sociais”, escreveu o promotor Guilherme Cintra na denúncia.