Calote em trabalhadores de campanha e irregularidades graves em contas eleitorais parecem ser inseparáveis da vida política do deputado Léo Cunha. Nesta segunda-feira, 26, o TRE-MA rejeitou embargos que buscavam reverter a desaprovação das contas da campanha de 2018 do Partido Social Cristão do Maranhão, o PSC, à época presidido por Léo Cunha.
Em 14 de julho, após detectar várias irregularidades graves, a Justiça Eleitoral desaprovou as contas da campanha de 2018 do PSC comandado por Léo Cunha e condenou o partido ao recolhimento de recursos de origem não identificada, no valor de 19.937,49, e outros R$ 6 mil, provenientes do Fundo Partidário, ao Tesouro Nacional. Para o TRE, houve “irregularidade grave que impede a aplicação dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e que tem o condão de desaprovar as contas e de impor a restituição dos valores ao Tesouro Nacional”.
A COCIN detectou gastos nos valores de: “a) R$ 23.934,49 relativos a diversas notas fiscais de despesas com a compra de produtos e serviços junto a vários fornecedores, dentre as quais se inclui a despesa de R$ 6.000,00, realizada com recursos do Fundo Partidário, para aquisição de santinhos junto a OSWALDO SOARES GOES NETO; e b) R$ 2.000,00 declarados como doação recebida pela candidata ADELIA COSTA DA SILVA, mas não declarados pelo partido”, destacou a relatora, juíza Lavínia Helena Macedo Coelho.
Antes, em abril, a Justiça Eleitoral já havia desaprovado as contas eleitorais de 2018 do próprio candidato a deputado Léo Cunha. Determinou a devolução de R$ 2.020,00 (dois mil e vinte reais) ao Tesouro Nacional. “Ao deixar de comprovar despesas e apresentar os respectivos documentos idôneos, o candidato (Léo Cunha) impediu a correta fiscalização de suas despesas de campanha, irregularidade bastante grave, notadamente por se tratar de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC)”, está em trecho deste processo.
Com todo este histórico de irregularidades graves na gestão de recursos públicos do Fundo Eleitoral, nem surpreende que, no comitê eleitoral de Léo Cunha em Açailândia, tenha terminado em confusão um protesto de trabalhadores contratados para a campanha naquele mesmo 2018. Conforme relatos, Léo Cunha havia prometido o pagamento de R$ 500 a cada um dos trabalhadores. Porém, ao tentar receber o combinado, foram surpreendidos com a notícia de que Léo Cunha havia liberado apenas R$ 250. Vídeos da confusão toda virilizaram na Internet.